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Luciana Nogueira Minev

O que podemos aprender com o conflito de gerações

Nas últimas semanas fomos tomados por uma “guerra” de gerações nas redes sociais. A geração Z (aqueles nascidos entre 1995 e 2010) resolveu explicar um termo da moda e usou a geração Y (nascidos entre 1980 e 1995) para ilustrar o que eles consideram vexatório. A internet pegou fogo. Alguns levaram na esportiva, outros ficaram realmente ofendidos.


Essa discussão me fez refletir sobre as guerras frias que acontecem nas empresas e muitas vezes são atribuídas a esse choque geracional. Profissionais que tomam a sua experiência e perspectiva individual como verdade e desvalorizam a trajetória do outro. Afinal, quem define se café está ou não fora de moda? Ou mesmo a calça skinny?


Estamos vivendo uma era exponencial onde a única certeza é a mudança. O que funcionava ontem não tem mais tanta eficácia hoje. Manter-se atualizado tem sido um exercício constante e as novas gerações parecem vir cada vez mais equipadas para lidar com essa velocidade, no entanto, não existe perfil perfeito. Ganhamos de um lado, perdemos de outro. Como anda a inteligência emocional dessa turma acelerada? E a capacidade de trabalhar em equipe?

O Fórum Econômico Mundial nos alerta para as habilidades mais importantes da atualidade (e do futuro) e a capacidade de resolver problemas complexos está sempre listada. Uma das formas mais eficazes de resolver problemas complexos é por meio da inteligência coletiva, mas como fazer isso se existe a crença de que o meu conhecimento e meu comportamento são os melhores?


O primeiro passo é compreender que cada indivíduo é único. Suas características, talentos e habilidades são definidas não apenas pelo ano em que nasceram, mas por uma infinidade de fatores que se somam: aspectos biológicos, emocionais e sociais. No entanto, o estudo de gerações nos ajuda a compreender aspectos sociais macro que influenciam o comportamento dos indivíduos. Ter essa compreensão deve servir para desenvolver a empatia, compreendendo o cenário externo em que cada grupo de pessoas nasceu e se desenvolveu.


A literatura fala que os baby boomers tendem a buscar mais estabilidade, enquanto a geração X busca poder. Os Millenials querem propósito e os Z desejam reescrever as próprias regras sociais. Para que todas essas demandas possam ser ao menos parcialmente supridas é fundamental abrir espaço para diálogo e alinhamento. É possível tirar o melhor de cada um e unir forças para criar algo muito maior.


Empresas que trabalham com maior diversidade (seja geracional, de etnia ou de gênero) têm comprovadamente melhores resultados. Essa guerra nos faz desviar o foco e perder oportunidades preciosas. E vamos combinar que não tem nada mais “cringe” do que perder tempo com coisas que nos atrasam, não é mesmo?!

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