O que a venda da Blizzard tem a ver com cultura organizacional?
Aqui na Singulari temos falado cada vez mais nos nossos programas e workshops sobre a importância do posicionamento de marca no mercado. Tudo isso começa de dentro pra fora. Reforço aqui que posicionamento é diferente de marketing. O posicionamento precisa ser estruturado e forte, e isso deve ser vivido dentro da empresa, aqui topamos com a cultura, políticas e identidade organizacional.
Bem, e o que o mercado de games tem a ver com esse assunto, que para muitos, parece ser um tanto "organizacional" demais para uma área tão "jovem e criativa". Trago verdades difíceis de engolir rsrs.
Recentemente a Microsoft, que é mãe do vídeo game X-Box, comprou a Activision Blizzard e a, o que foi definido como a maior transação financeira da história. A Microsoft pagou em torno de 70 Bilhões de dólares para ter posse sobre a mãe de jogos como World of Warcraft e God of War. O que mais me chamou atenção nessa transição foi entender os motivos que levaram a esse momento, o que tornou a maior empresa de games ser vendida por tanto?
Antes de seguirmos, vamos alinhar um conceito importante aqui: Cultura organizacional se refere a um conjunto de valores, crenças e ações que definem a forma como uma organização conduz seu negócio, ok?
A Activision Blizzard possui um longo histórico de cultura tóxica, e não falo isso como expressão, e sim como definição. A cultura tóxica permite há muitos anos que a prática de assédios fosse deliberada, que a relação interpessoal dentro da empresa extrapolasse limites éticos e morais. Era o preço a se pagar para estar dentro de umas das maiores empresas do ramo de games. Nesse caso pouco importa se sua estrutura é divertida, colorida e possui mesas de sinuca e lanches grátis, certo?
A incoerência derruba uma empresa
Diante desse cenário onde até casos de suicídio foram registrados, a marca passou a ser cobrada pelos acionista por mudanças de cultura, pois o grande número de acusações e processos foram levando a marca a perder força no mercado ao longo dos últimos anos. Sendo que há tantas outras empresas investindo em ESG, ganhando espaço e reconhecimento no mercado. Vejam que nem estamos falando aqui do faturamento em jogos, e sim reputação de marca.
Diante desse cenário, o Diretor da Microsoft deu início à maior transação comercial da história com um objetivo muito claro em mente: Mudar a cultura da empresa. Pasmem!
A cultura come a estratégia no café da manhã
Se você nunca ouviu essa frase, é bom ficar atento. A cultura da Blizzard fez com que uma empresa que faturou US $400 milhões nos últimos meses de 2020 fosse posta na mesa, tudo por conta de como a diretoria, gestores e líderes e RH lidavam com o ambiente organizacional.
É meus amigos, o faturamento não está diretamente ligado à saúde da empresa. O mundo das marcas está cada vez mais exigente, investidores e acionistas procuram garantias de que o futuro da empresa é sustentável e tudo isso gira em torno da cultura. A própria sociedade começa a exigir condutas alinhadas com boas práticas. Hoje com o alarme do ESG soando no mundo dos investimentos, estamos lidando com compromissos envolvendo responsabilidades sociais, diversidade, inclusão, humanização, segurança psicológica e tantos outros assuntos que fortalecem um ambiente de crescimento e respeito entre pessoas e empresas.
O importante nesse cenário é entender que cultura é importante e igualmente desafiadora. O cultivo de uma cultura organizacional requer esforço, times muito alinhados, um bom time de gestão de pessoas e diretoria em sintonia. Até as grandes falham, então na dúvida, contrate uma consultoria para te ajudar nessa jornada.
Precisamos ter um olhar para o futuro focado em construir boas empresas para as pessoas e para a sociedade.
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