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Sonia Grasseschi

Intraempreendedorismo & inovação disruptiva

“Você não pode impor a produtividade, você deve fornecer as ferramentas para permitir que as pessoas se transformem no seu melhor.” Steve Jobs

Uma cultura que incentiva o empreendedorismo é um diferencial competitivo ainda ignorado pela maioria das empresas. Mas, é importante lembrar que para que ações intraempreendedoras efetivamente possam acontecer é necessário que os colaboradores tenham as mínimas condições para explorar práticas neste caminho.

Alguns colaboradores muitas vezes encontram barreiras pois, se deparam com uma cultura permeada pela burocracia excessiva, a rigidez dos trâmites de decisão e aprovação, os limites impostos pelas descrições de cargos e muitas vezes pela baixa tolerância a erros e falhas.

Uma jornada intraempreendedora, portanto, começa com o rompimento desses paradigmas. Se antes o ciclo externo era fornecedor – empresa – cliente, atualmente é parceiro – empresa – parceiro.

As empresas que buscam inovar estão dividindo responsabilidades e incorporando valores, repensando na postura de comando e controle para uma visão de parceria. No âmbito da cultura corporativa intraempreendedora, esse movimento é uma tendência também dentro das empresas. Colaboradores de diversos departamentos devem se tornar parceiros da companhia, desfrutando de maior autonomia e poderes para introduzir, negociar e executar projetos de grande valor agregado.

Nesse contexto, os avanços tecnológicos também têm facilitado essa postura, viabilizando a troca de informações com clientes e fornecedores nos processos organizacionais internos e tornando os limites de interação cada vez mais amplos.

Muitas empresas que estão em busca de um diferencial capaz de impulsionar seu desempenho e criar vantagem competitiva frequentemente ignoram que ele já pode existir em seus próprios colaboradores. Vale ressaltar então que colaboradores engajados, que criam, apresentam e implementam novas ideias, são intraempreendedores.

O desafio aqui é ter pensamentos disruptivos, que pode causar certo desconforto para alguns líderes, porque pode gerar alguns efeitos colaterais, perdas ou riscos. Mas isso não quer dizer que elas prejudiquem o mundo. Pelo contrário, as inovações disruptivas dão mais informação e poder de escolha, facilitam processos e barateiam produtos, que assim se tornam acessíveis a mais pessoas.

Atualmente já ouvimos a palavra disrupção ser utilizada amplamente nas conversas sobre inovação. O termo é derivado do conceito de destruição criativa, desenvolvido por Joseph Schumpeter, economista austríaco. Ele explica como sendo uma revolução através de um produto ou serviço, que desestabiliza os concorrentes por ser mais simples, barato, eficiente ou abrangente. O conceito é propagado em artigos e livros, como “O Dilema do Inovador”, de Christensen.

Alguns exemplos de empresas disruptivas forma divulgados amplamente como a Uber e a Airbnb. Agora a era da disrupção parece ter chegado também aos profissionais, especialmente quando estamos em um momento de crise como esse que estamos passando.

Profissionais que não se reciclam e não estão conectados com as tendências mundiais, estão fadados ao insucesso tanto quanto as empresas que adotam comportamento semelhante. Assim, o profissional disruptivo é aquele que, a exemplo das empresas, é capaz de desestabilizar ao propor inovações em situações totalmente diferentes.

O mindset desses profissionais disruptivos está direcionado aos benefícios que seus produtos ou serviços podem oferecer a clientes ou a mercados não atendidos por suas empresas, possibilitando que vejam de que outras formas podem entregar valores maiores a seus clientes. Eles questionam o modelo de negócios existente e criam novas referências, servindo de inspiração para todos os colaboradores.

Muitos podem pensar que estamos falando apenas de jovens profissionais. Ledo engano. Muitos profissionais já perceberam a grande transformação que estamos vivendo. Precisamos estimular o pensamento de que reinventar seus negócios é uma questão de sobrevivência. Deixar tudo como está é o primeiro passo rumo ao desaparecimento. Inclusive, estar aberto ao novo sem preconceitos é uma das principais características do profissional disruptivo.

Para isto é de suma importância que estejamos sempre dispostos a aprender. E que aprendemos com tudo e todos, seja através da leitura (desde jornais, revistas, etc), interagir, trocar experiências. Fazem cursos de temas variados, dando prioridade aos voltados às estratégias de inovação e tendências. Sabem que é impossível saber tudo e, mesmo tendo uma trajetória de sucesso e muitos anos de experiência, precisam dar atenção a todos e a tudo que acontece a sua volta.

O mundo está em constante mudança, em evolução, com novos desafios. Sabemos que muitas empresas ainda são bastante conservadoras, resistentes a mudanças. Cabe ao profissional disruptivo evidenciar esses conceitos e, principalmente, o que pode ocorrer se houver uma postura de estagnação.

E, aqui vai uma correlação importante entre estes dois aspectos: Intraempreendedorismo e inovação disruptiva. Vale lembrar então que intraempreendedores pesquisam, criam e implementam projetos, analisando cenários e encontrando oportunidades. São capazes de conduzir a organização a novos negócios, além de trazer orientações diferenciadas para a elaboração de produtos, serviços, técnicas, tecnologias e soluções assertivas.

São estes intraempreendedores que vem fazendo a revolução digital que já está em toda parte, transformando a vida pessoal e profissional.

Quem não se adaptar pode ter seu negócio destruído pela próxima onda disruptiva, movimento que já reinventou diversas empresas mas, também fez com que muitas se perdessem no meio do caminho.

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