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Elizabeth Sicsú e Luciana Nogueira Minev

Exaustão por vídeo chamada. Você não é o único!

Graças ao distanciamento social, a rotina de quem pôde adotar home office foi tomada por vídeo chamadas. Seja para reuniões de trabalho ou até mesmo com a família, as chamadas de vídeo estão acontecendo com grande frequência. E esse excesso de interação virtual repentina vem causando cansaço e angústia em muitos indivíduos.

De acordo com a conselheira de educação Suzanne Degger-White, estamos vivenciando uma sensação de “acorrentamento a uma tela” dando origem a exaustão. Tantas pessoas estão relatando experiências semelhantes que esse fenômeno vem sendo chamado de “Zoom Fatigue”, (em português, fadiga do Zoom referindo-se ao aplicativo de vídeo chamada). A explosão sem precedentes do uso desses aplicativos de conferência lançou um experimento social não oficial, mostrando o que especialistas já sugeriam: as interações virtuais podem ser extremamente difíceis para o cérebro.

Sobrecarga cerebral e comunicação

A “fadiga do zoom” decorre de como processamos as informações por vídeo. Em uma vídeo chamada, a única maneira de mostrar que estamos prestando atenção é olhar para a câmera. Mas, na vida real, com que frequência você fica tão próximo a um colega e o encara assim, olho no olho? Provavelmente nunca.


Em uma reunião presencial, somos capazes de ler a sala e depois ajustar nossos próprios comportamentos ao ambiente. Em conferências, nosso cérebro está sobrecarregado, tentando descobrir como ler várias “salas virtuais” ao mesmo tempo, enquanto alterna entre olhar nos olhos das pessoas, notar imperfeições na sua própria imagem ou prestar atenção na decoração do quarto do colega.


Os seres humanos se comunicam mesmo quando estão quietos. Durante uma conversa cara a cara, o cérebro se concentra parcialmente nas palavras que estão sendo ditas, mas também obtém um significado adicional de diversas sugestões não verbais. Essas dicas ajudam a criar uma imagem global do que está sendo transmitido e do que é esperado em resposta do ouvinte. Portanto, a comunicação acaba sendo prejudicada já que por vídeo chamada não conseguimos expressar e captar com clareza certas feições e movimentos que ocorrem normalmente durante uma conversa presencial.

O estresse não é só na hora da interação, ele começa antes mesmo de ligar a câmera. Um artigo feito pelo repórter Ryan W. Miller diz que as preparações para reunião online como se preocupar com a aparência e com o que será dito podem causar ansiedade e inquietação nas pessoas. Esses aspectos exigem ainda mais mental e fisicamente do que em uma reunião presencial.


Mesmo as chamadas de vídeo feitas com amigos e família podem se tornar estressantes por seguirem o mesmo roteiro de uma reunião formal: uma pessoa fala enquanto as demais escutam em silêncio esperando sua vez de falar, quando na realidade não é assim que um encontro com pessoas funciona.

Como diminuir essa exaustão?

Em resumo, o que pode contribuir para diminuir a sensação negativa que esse excesso de ligações de vídeo tem gerado é repensar a forma que está sendo feita.

1) Avalie se é realmente necessário que todas as reuniões tenham as câmeras ligadas 100% do tempo. Experimente outras formas de realizar as vídeo chamadas como por exemplo:

• Câmeras ligadas apenas nos 5-10 primeiros minutos de reunião. Isso pode ajudar os participantes a se sentirem menos aflitos em ter que demonstrar que estão alertas o tempo todo.

• Uma imagem por vez Experimentem deixar ligada a câmera apenas da pessoa que está conduzindo a conversa no momento, dessa forma facilitará a focar atenção dos demais no assunto que realmente importa.

• Câmeras ligadas o tempo todo em menor frequência Se sua equipe demonstrar cansaço em realizar as reuniões em vídeo experimente diminuir a frequência. Transforme a reunião de câmeras ligadas em algo semanal ou quinzenal.

2) Experimente novos lugares. Caso se sinta incomodado como a iluminação no cômodo que você está experimente trocar de ambiente. É importante se sentir confortável com a sua imagem e a iluminação pode contribuir para isso.


3) Não agende reuniões consecutivas. Dê ao seu cérebro a chance de mudar de “canal” entre os encontros.


4) Faça anotações usando papel e caneta ao invés de fazer tela dupla. Ao se concentrar no que está acontecendo e ao escrever notas legíveis, você poderá manter o foco e reter o que está sendo compartilhado.


5) Respeite o seu espaço e do outro. Se mesmo assim as vídeo chamadas continuarem sendo uma fonte de aflição para você ou membros da sua equipe, converse sobre isso em grupo. Exercitem a comunicação para assim acharem o ponto de equilíbrio entre as duas partes.


Lembrando que: a comunicação é um fator essencial para o bom desempenho da equipe. É necessário não só manter o contato com todos de forma coletiva, mas também não esquecer que alguns precisam de um acompanhamento mais próximo. No final do dia todos somos pessoas que estão vivendo um momento delicado da história.

Em outro post, a Rebeca fala um pouco mais sobre como otimizar a comunicação durante o home office, confira clicando aqui.

"Não espere que reuniões no Zoom substituam outras formas de comunicação com as pessoas." - Suzanne Degger-White

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