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Luciana Nogueira Minev

O jeito certo de fazer as coisas

Qual o jeito certo de segurar o lápis? De mexer a panela? De jogar a bola de boliche? Provavelmente você está com algumas imagens mentais de cada uma dessas situações. Agora eu pergunto: quem disse que essa é a maneira correta?

Há alguns meses saímos do escritório e fomos todas para um happy hour em uma casa de boliche. Eu nunca fui muito boa nisso e, para completar, fazia anos que eu não jogava. Na primeira rodada perdi feio. Fiquei em último lugar com 50 pontos a menos que a Rebeca, que é exímia jogadora e foi a primeira colocada. Na segunda rodada resolvi experimentar jogar de uma forma diferente, ao invés de posicionar a bola do jeito “tradicional”, girei a mão de forma que o dedão ficasse para baixo e os demais dedos para cima. Todo mundo estranhou, comentou e até riu, mas foi dessa forma que consegui controlar melhor a bola e melhorei significativamente os resultados. Ao fim da rodada subi de sétimo para segundo lugar, quaaase derrubando a Rebeca.

Eu tenho uma amiga que é jornalista de formação. Ela sempre trabalhou com as palavras. Enquanto exerceu esta profissão escreveu matérias incríveis e levou informação para muita gente. Suas ferramentas de trabalho: bloquinho papel e uma caneta posicionada entre os dedos indicador e médio, sua marca registrada. Ela mudou de carreira e hoje é celebrante de casamentos. Seus textos ficaram ainda mais especiais. Hoje eles marcam para sempre a vida de muitas pessoas. Ela continua usando um bloquinho e segurando a caneta, de maneira só dela. Uma maneira fora do “padrão”. Ela conta que a forma de segurar o lápis já foi um problema já que na escola queriam que ela segurasse da forma “correta” mas é entre os dedos que ela consegue acomodá-lo melhor e fazer as palavras fluírem com mais leveza.

Babi Nascimento, celebrante de casamento (Foto: Monica Antunes)

Mais um caso: mexer panela. No sentido horário, não é? Pois o meu brigadeiro só fica gostoso se eu mexer no sentido contrário. Aliás, nem consigo mexer se não for nessa direção.

Por que eu estou contando essas histórias? Porque desde o dia que saí daquela rodada de boliche fiquei reflexiva. Fiquei pensando que possivelmente me manteria nas últimas colocações se não tivesse tentando algo completamente fora do padrão. Se não tivesse ousado romper com o que é estabelecido. Certamente existe explicação física/anatômica para que a maioria das pessoas consiga dominar melhor a bola ao segurá-la da forma “padrão”, assim como a pinça para o lápis, mas este padrão claramente não se aplica a todos.

Fiquei pensando em quantos outros padrões limitantes internalizamos. Quantas oportunidades perdemos por não nos encaixarmos na forma “tradicional” de fazer uma coisa ou outra. Quão mais criativas e produtivas poderíamos estar sendo agora? Para mim ficou a lição de que pode haver sempre uma maneira alternativa. Basta ter a coragem de ousar fazer diferente. E você, o que tem feito fora do padrão?

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