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Luciana Nogueira Minev

Califórnia 2018 – O que trago na bagagem [Parte 1]

Há poucas semanas retornei de uma viagem extremamente enriquecedora. Fui de São Franciso a Los Angeles alternando atividades de estudo, trabalho, networking, diversão e tempo de qualidade com minha família. Uma viagem completa! Passei os três primeiros dias no encontro anual do Young Global Leaders - que inclusive adiantei em um post para vocês – a semana seguinte curtindo férias com a família e os últimos quatro dias no encantador campus de Stanford.


Wow! Voltei com minha bateria interna recarregada e com uma bagagem pesada de tantos novos conhecimentos adquiridos. Por isso um post só não seria suficiente para compartilhar tudo que tive oportunidade de vivenciar.

Vou iniciar contando sobre o Summit do YGL. É minha terceira participação neste evento e não canso de me surpreender como tem gente produtiva, de altíssima performance, que dedica parte significativa do seu tempo em melhorar o mundo. Aliás, trabalhar por um mundo melhor é um dos critérios admissão no grupo.


O tema central do evento foi “Co-Criação de um Futuro Sustentável” mas como o formato deste ano era de grupos menores debatendo temas diversos, consegui costurar uma experiência mais próxima dos meus interesses pessoais e profissionais. Digo isto porque nos anos anteriores havia mais palestra grande do que grupos de discussão.


Minha primeira atividade foi uma palestra sobre saúde mental e o impacto no trabalho. A sala tinha cartazes com frases fortes: “Você nunca diz: é câncer, supere! Por que falar isso de depressão?”; “Você faz check up do coração, por que não da cabeça”. E a palestra trouxe estatísticas alarmantes: 1 milhão de trabalhadores americanos faltam o trabalho por dia devido ao estresse no ambiente de trabalho; custos indiretos de problemas mentais não tratados somam prejuízo anual de 79 bilhões de dólares às empresas; depressão é a doença que mais gera prejuízo e dias de falta ao trabalho, na frente de hipertensão, diabetes e problemas cardíacos crônicos.


Depois da palestra, nos reunimos em pequenos grupos. Sentei com a ministra de educação da Finlândia, a fundadora e CEO de uma mineradora no Canadá e um empreendedor da Colômbia. Na conversa observamos que a realidade brasileira se aproxima mais à da Colômbia, onde também existe um tabu no que diz respeito às doenças mentais. Na Finlândia saúde mental é questão de saúde pública já que eles lideram o ranking mundial de depressão, alcoolismo e suicídio. E no Canadá o empregador não pode demitir um colaborador se souber da existia de alguma condição mental. Ao contrário, ele arca com parte do tratamento de saúde. Discussão rica e com pontos de vistas diferentes de quem vem de realidades distintas.


Com a cabeça fervilhando fui assistir uma palestra sobre empreendedorismo consciente em mercados não tão conscientes. Logo falou-se da indústria têxtil e seu consumo absurdo de água no processo produtivo. Para fabricar uma simples calça jeans é necessário utilizar dez mil litros de água! Isso mesmo, DEZ MIL! E com o crescimento da indústria de fast fashion o consumo tem avançado cada vez mais, obrigando as empresas a pensarem em novas formas de produção. Uma alternativa que está sendo testada é a seda da teia de aranha (produzida em laboratório) como matéria prima já que é tão resistente, duradora e mais sustentável. Fiquei curiosa pra ver uma peça de roupa feita de seda de aranha.


Para fechar a manhã sentei para discutir educação na era de inteligência artificial. Desta vez em um grupo um pouco maior e ainda mais diverso. Enquanto os YGLs dos Estados Unidos e dos países da Europa discutiam a utilização da IA, classes virtuais e robótica nas escolas e na prática de homeschooling, os dos países da América Central e América do Sul se perguntavam o que fazer para auxiliar na atualização de professores. Alguns destes formados há décadas e que muitas vezes não sabem ligar um computador já que não possuem um em suas casas. Realidades dramaticamente diferentes.


Pausa para o almoço. Alimentar o corpo e digerir tudo que “ingeri” naquela manhã.

À tarde a primeira visita a uma empresa do Vale do Silício, a Inscopix. Conto pra vocês em um próximo post 😉


Luciana Nogueira Minev

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